- Ano: 2015
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Fotografias:Mariano Dallago - Torino
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto que venceu o concurso semi-aberto, para convidados abaixo dos 35 anos, deu a luz para a nova sede social para a Caltron no vilarejo de Cles. Este é um ponto de encontro para moradores, onde crianças, adultos e idosos se encontram, discutem e crescem junto com sua identidade comunitária. Aqui, as histórias de vida se intersectam e por esta razão, todas as funções foram projetadas tanto para crianças quanto para idosos, e são acessíveis para todos.
O novo edifício funciona como uma associação entre o centro histórico e a paisagem rural, mas ao mesmo tempo se ergue como limite à expansão da cidade e ao uso indiscriminado do solo. O contexto delicado na qual está inserido o Centro e o importante papel social deste tipo de edifício guiaram todas as escolhas arquitetônicas.
O novo volume é um conjunto feito por uma arquitetura simples, implantado naturalmente no solo e com uma base poderosa que a sustenta. O edifício possui volumetria compacta e adequada para garantir a continuidade do tecido urbano do vilarejo. Arquitetura contemporânea que se torna parte da paisagem e se mistura com o fundo de pomares de maçã, tornando-se uma pré-existência familiar para as pessoas do campo. A fachada, com seu ritmo de cheios e vazios pontuados por pilares contínuos à sucessão das macieiras não alteraram o tom e matéria. O edifício é feito inteiramente de madeira; as fachadas norte e sul são revestidas em ripas de madeira de larício, enquanto que as grandes fachadas leste e oeste seguem os alinhamentos dos pilares também em larício. As aberturas são recuadas e protegidas do plano da fachada para criar uma relação de continuidade entre interior e exterior, assim como diminuem o efeito do sol nos ambientes internos.
O volume subterrâneo dá suporte e envolve todo o conjunto com um concreto lavado e colorido feito in loco e abriga o estacionamento, o playground infantil e a casa social. A mistura característica local que emerge do concreto lavado harmoniza o tom da parede com o ambiente natural do contexto. Grandes nichos de madeira abrigam as pessoas que entram no edifício, mitigando e aliviando a presença quase autoritária da extensa parede.
A distribuição dos espaços internos respondem ao programa funcional definido pela administração pública. A entrada tem conexão direta com a sala de reuniões, um espaço livre de desordem, flexível e modificável de acordo com as necessidades; daqui, através de três portas de correr localizadas no lado norte, é possível ter acesso ao banheiro, cozinha e depósito. Os dois espaços principais, cozinha e sala de reuniões desfrutam de grandes aberturas que proporcionam continuidade com o exterior.
Ao subir as escadas, o visitante se encontra em um grande espaço coberto, livre e aberto. Esta parte do edifício o permite desfrutar as vistas do vale de um ponto superior ao nível da rua. Os pilares de madeira que sustentam a cobertura atuam como protetores solares e aumentam a privacidade deste espaço. É possível acessar o terraço diretamente da rua à oeste ou das escadarias internas comuns do próprio edifício. Esta arquitetura é construída para toda a comunidade e oferece uma nova perspectiva na paisagem, ao mesmo tempo que desfruta de grande visibilidade da cidade e serve como um ponto de atração.